terça-feira, 5 de julho de 2011

Os tricicleiros de Parintins

Seu Horácio


Quem vai a Parintins, a ilha do Festival Folclórico de Garantido e Caprichoso não pode deixar jamais de passear nos triciclos que circulam pela cidade. Eles são um charme especial na Ilha Tupinabarana. Conheço o festival a mais de duas décadas e nunca deixo de dar uma volta de triciclo quando vou ao festival. Já passei por várias situações inesquecíveis num triciclo, uma sem dúvida foi dar a volta na Avenida Amazonas logo depois que o Brasil ganhou o título de Penta Campeão, 2002. Com irmãs e primas resolvemos comemorar o título em cima do triciclo, chamamos o rapaz e negociamos, tudo certo subimos no triciclo, com a bandeira do Brasil e tudo. Andamos um lado da avenida, dançando, cantando, fazendo bichices e mais bichices, isso no início da manhã, a avenida lotada, principalmente de gringos e Tvs estrangeiras que faziam a cobertura do festival e porque não da comemoração da conquista do título brasileiro no meio da maior floresta tropical do mundo. Na frente da Catedral Nossa Senhora do Carmo, o tricicleiro dobrou, acredito que ele lutava contra o cansaço de tanta farra que teve aguentar dentro do seu triciclo, assim que fez a curva a resistência  o abandonou, virou com triciclo com todos que estavam dentro e disse que não estava ficando doido pra aquentara a turma saltitando dentro no seu transporte. Como o momento era de festa, saímos todos rindo e voltamos comemorando a pé pela Avenida. 



Um outro momento, hilário também, foi a comemoração de um “mijo”, nosso primo que tinha ido pela primeira vez no festival, o Alemão, estava sempre acompanhado de um copo de chope, demos esse nome a ele porque nesse período o Brasil disputava a copa do mundo na Alemanha, resolveu comemorar o nascimento do primeiro sobrinho e sucessor da família, Efrain III, comprou de cara dez caixinhas de cerveja. Com isso o Alemão teve um problema, havia necessidade de comprar o gelo, foi aí que entrou o tricicleiro. Chamamos um que passava pela frente da casa e explicamos o nosso problema, e ele, muito solicito, disse para subirmos no triciclo que sabia onde poderíamos comprar. Começou a saga, depois de centenas de pedaladas chegamos em frente ao Bumbódromo, não tinha gelo por lá, depois de mais centenas de pedaladas chegamos a Francesa, perto de pegarmos uma insolação conseguimos o gelo, e pensávamos que seria necessário milhares de pedaladas para voltarmos. Então junto com o tricicleiro fizemos o cálculo de quantos baldes de gelo seriam suficiente para chegarmos em casa com as pedras necessárias para gelar as dez caixinhas, o sol estava digno do sol de Parintins, escaldante. Cálculo feito voltamos para casa, eu estava protegida com óculos escuro e chapéu, o Alemão marinheiro de primeira viagem, pegou todo o sol nas costas e, claro,  a pele soltou toda. Ao chegarmos em casa a galera agitou dizendo que já iam mandar fazer uma busca de resgate na ilha. Dessa vez o tricicleiro foi guerreiro, aguentou firme até o fim sua missão.
Edinei Pereira Batista

Nesta última viagem a Parintins andei umas quatro vezes ouvindo os tricicleiros e lembrando de histórias, todos só faziam rir. Salve! Salve os tricicleiros, figuras típicas de Parintins, nas pessoas do senhor Edinei Pereira Batista (07 anos de profissão), que agradece aos visitantes pelo trabalho que tem e seu Horácio (10 anos de profissão) que pedalaram bastante para nos Levar ao Planeta Boi e do Planeta Boi a Praça da Catedral.

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