terça-feira, 3 de agosto de 2010

FALECEU ALONSO SEIXAS

Ontem faleceu João Alonso Seixas de Oliveira, aos 78 anos, e com ele parte da história de Urucará.

Há época em que Urucará era uma cidade quase isolada do mundo, somente o correio funcionava e precariamente, o “motor de linha” passava de 15 em 15 dias, vindo de Parintins, não havia linha telefônica nem banco, Alonso foi o homem mais importante para os cidadãos urucaraenses. Morando em Manaus, tornou-se procurador da maioria dos funcionários públicos da cidade, cuidava do interesse particular de cada um deles, com muita responsabilidade. Questões salariais, previdenciárias, aposentadorias, representações em órgãos de interesse, consultas médicas e até mesmo o transporte dos mesmos quando chegavam a Manaus era de sua responsabilidade, a palavra não era inexistente para ele. Função que exerceu até sua aposentar-se.

Além disso, no início da década de 60, entre os anos 62/63, adquiriu um imóvel no centro da cidade, situado na R. Ajuricaba esquina com a Jonathas Pedrosa que era multifuncional. Na parte da frente era seu escritório (nunca vi tanto papel espalhado na minha vida como o que vi por lá), em seguida sua residência (anos depois ele mudou-se para o Conjunto Eldorado) e seguindo por um corredor de madeira, havia, acredito que cinco ou seis quartos, pia e banheiros eram coletivo,. Ele passou a alugar esse espaço para filhos de Urucará recém-casados, jovens estudantes ou até mesmo famílias oriunda do êxodo urucaraense. Foi assim por três décadas e esse local ficou conhecido como a VILA DO ALONSO.

Para fala sobre a “Vila” é necessário um artigo específico, pois são muitas as histórias boas daquele local, histórias que ficaram para sempre em nossas lembranças e nas rodadas de conversas entre urucaraenses, mesmo os que não moraram na "Vila", mas dormiram algumas vezes ou tinham por hábito passar por lá para ter notícias da terrinha.

Uma das formas de mostrar o prestígio de alguém antigamente nas pequenas cidades, era a quantidade de convite que recebia para ser padrinho. Não foi diferente com seu Alonso, foi pensando assim que minha mãe, Profª. Dora e tia Dulce, diretora dá única escola da cidade, o convidaram para apadrinhar seus filhos mais velhos, era uma honra para as duas famílias que eram bastante tradicionais na cidade.

Seu Alonso partiu para se juntar com D. Belinha Paes, sua esposa, mas deixou saudades para os filhos Geraldo, Fatinha, Luis, demais parentes e amigos, principalmente os urucaraenses.

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