quarta-feira, 12 de maio de 2010

ANIVERSÁRIO DE URUCARÁ



No período de 1637 a 1639 o explorador Pedro Teixeira, que tomou posse da região do Amazonas em nome da Coroa Portuguesa, partindo com uma expedição de Cametá-Pará, através do Rio Amazonas até a cidade de Iquitos, no Peru.

Cametá ainda era o principal ponto de partida para expedições de exploração, com tropas de resgate ou de comercialização 177 anos depois, foi assim que Crispim Lobo de Macêdo partiu desse porto objetivando vender ou trocar seus produtos aos povoados do baixo Amazonas. Seu barco regatão fez várias viagens pela região, em uma delas conheceu a área de Urucará. Viu que era promissora, fez contatos com os indígenas da redondeza e resolveu se instalar no local. Assim ficaria mais próximo de seus negócios. Naquele tempo as embarcações passavam meses viajando por entre os rios da Amazônia, havendo a necessidade de uma grande tripulação, artífices de várias áreas, escravos e outros. Foi com esse povo que em 1814 Crispim Lobo instalou-se em Urucará, trazendo toda a sua família. Construiu casas para ele, seus artífices e familiares, para suas filhas e genros e uma pequena capela para a Nossa Senhora Santa que sempre o acompanhou em suas longas viagens.

Na região de Urucará haviam tribos indígenas como os Caboquenas , os Burubus e os Guanavenas, de acordo com a língua indígena uru significa cesto de palha e cara é batata de inhame. Quando Crispim Lobo aproximou-se desses primeiros habitantes, trocou presentes e ganhando a confiança dos mesmos, foi convidado a comer, então ouviu o cacique da tribo gritar pra trazer o Uru Cara, esses dois nomes, que até então ele pensava ser um só o marcou muito e ao retornar para casa relatou o fato pra mulher e filhos.

Administrou seu sítio transformando-o em um pequeno povoado com casa de taipa e telhas de barros ou palhas de inajá. Construções ainda encontradas na década de 80, séc XX, na cidade. Aposentou-se, algumas décadas depois e passou a administração para seu genro Manoel José Libório, que era casado com Antonia Libório de Macêdo. Crispim Lobo faleceu em 1846 com 70 anos de idade

Manoel José Libório administrou o povoado com o mesmo empenho de seu sogro, com auxilio de outras pessoas desenvolveu o local e reformou a Capela de Nossa Senhora Sant’Ana, cobrindo-a com telhas e aumentando seu tamanho. Faleceu em 1880, com 77 anos.

Deixou seu filho a frente da administração, Manoel Olimpio Libório, que em conjunto com o Cunhado Deputado Estadual, Benedito Antônio Alves Pinto, fez um projeto criando a Freguesia de Nossa Senhora Sant’Ana da Capela. Mas, sete anos depois, 12 de maio de 1887, para homenagear Crispim Lobo, seu avô, elevou o povoado a categoria de vila e mudou o nome para Vila de Senhora Sant’Ana de Urucará. No mesmo ano, no dia 07 de setembro, a Vila foi emancipada à categoria de Município de Urucará, desmembrando-se do município de Silves.

Conto a história de Urucará, que foi construída mediante a um sonho e muito trabalho sério para parabenizá-la no dia de seu aniversário. Lembrando aos urucaraenses que aquele espírito coletivo de nossos antepassados que a construíram ainda está em nós. Não precisamos ser humilhados, perseguidos e oprimidos. Vamos nos elevar da condição de galinhas à águia (Leonardo Boff), pois por incrível que parece um candidato a prefeito declarou que enquanto o povo for como galinha é só jogar o milho que ele ganha eleição. Isso me deixou triste, mas não desisti, temos uma arma importante: o voto. Não esqueçam disso!!!!!!

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