Ontem encerrou a 61a Reunião da SBPC em Manaus/UFAM. Mais de cem trabalhos foram apresentados, espaço democrático que colocou problemas ambientais, políticos, sociais e culturais em pauta. Provando que a ciência e tecnologia devem caminhar de mãos dadas com a humanidade.
A idéia de elitismo acadêmico ainda é defendida por poucos que estão na contramão da construção da sociedade sustentável.
Reunião como esta, permeada de mesas-redondas e conferencias, contrapõe-se a essas idéias retrogradas e fortalece o diálogo entre ciência, administração e povo.
Dentre tantas discussões foi muito bom saber que o Museu da Amazônia -MUSA, projeto coordenado pelo físico e ex- presidente de honra da SBPC Ennio Candotti, tem uma proposta arrojada e interativa para aproximar o homem da natureza. Levando em consideração os saberes tradicionais. É o que o coordenador chama de o homem saber ouvir a voz da floresta e do rio. Precisamos disso.
Já faz parte do MUSA a peça antropológica, uma ponta de lança talhada em pedra que data de 9 mil anos atrás, encontrada em sítio arqueológico em Manaus. Isso fez o Prof. Ennio, alertar para importância do fortalecimento da cultura regional, e a necessidade de vencermos os Coronéis da Borracha que ainda dominam a cultura local. Que, segundo ele, como borracha, tentam apagar a cultura autóctone a partir da construção do Teatro Amazonas. Algo para ser pensado, discutido e socializado.
A ratificação da identidade de um povo passa pelo fortalecimento da sua cultura.