quarta-feira, 20 de julho de 2011

Amigo por Vinícius de Moraes

Soneto do amigo
                       
Vinicius de Moraes
Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.

É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.

Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.

O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Parintins exportando talentos

Trabalhos de Eliandro Tavares
 
Esculturas de Parintins
Mesmo que já conhece Parintins sabe que sempre vai se surpreender com o trabalho dos artistas locais. Todo o Bumbódromo tem na sua lateral esculturas de concreto representando lendas e animais silvestres da Amazônia. Nas ruas esse trabalho também é encontrado, e claro que os visitantes, em Parintins os turistas que chegam ao Festival são carinhosamente chamados de visitantes, batem fotos gratuitamente ao lado desses monumentos. Foi assim que caminhando atraído por essas esculturas, acabei chegando há um dos artistas locais, Eliandro Tavares, 37 anos.

Eliandro ao centro com outros artistas
Izabel porto Diretora da Escola de Artes do Caprichoso

Eliandro Tavares estava no seu momento de descanso, pintando telas embaixo de uma árvore, outras obras estavam expostas permitindo que alguns visitantes conhecessem, fotografassem e comprassem seu trabalho. Segundo Eliandro, que naquele momento pintava um rosto de uma criança a partir de uma foto, o trabalho mesmo seria a tarde, pois iria para o galpão trabalhar no ritual daquela noite,  25.06.2011. Porém não se furtou de conversar e explicar que “Estudei na Escolinha do Caprichoso e hoje posso dizer que vivo exclusivamente da arte, no início do ano sou professor de pintura em tela na escolinha e trabalho no Boi-Bumbá, a partir de setembro viajo para São Paulo para trabalhar no carnaval”, disse Eliandro feliz com seu trabalho. No ano de 2008 ele ganhou o concorrido concurso de cartazes do Festival Folclórico de Parintins.

Enquanto conversávamos, ao lado da Escola de Artes do Caprichoso, a Diretora Izabel Porto saiu para cumprimentá-lo. Aproveitei para saber um pouco mais do trabalho realizado e ela solicitamente explicou que a escola trabalha com 752 crianças e adolescentes em 22 oficinas, entre elas: artes cênicas e plásticas, dança, capoeira, violão, cavaquinho, percussão, teclado, flauta, charango, escultura em madeira,  informática, inglês e outras. Em 14 anos de atuação a “Escolinha tem o orgulho de ter vários de seus alunos trabalhando em conselhos de artes do Boi-Bumbá e de escolas da Samba de Manaus, Rio, São Paulo, Porto Alegre e destaques individuais como Junior Paulain e Brena Dianná, Apresentador e Rainha do Folclore do Boi Caprichoso” falou a diretora Izabel Porto, além de esclarecer que atualmente o espaço da escolinha é pequeno pra atender a demanda, mas tem parcerias importantes com a Petrobrás, Natura, Fundação Banco do Brasil e Governo do Estado.
Brena Dienná e Junior Paulain ítens do Caprichoso, ex- alunos da Escolinha de Artes.
Escola de Artes do Caprichoso “Ir. Miguel de Pascale”

Um trabalho que começou a partir de uma brincadeira de Boi, passou pela profissionalização dos artistas e hoje está dando sua contribuição sociocultural não só para Parintins,  mas para o Brasil, exportando artistas. Quem quiser conhecer um pouco mais do projeto e só entrar no endereço http://www.escolinhacaprichoso.org.br e qualquer ajuda ao projeto é bem vinda.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Os tricicleiros de Parintins

Seu Horácio


Quem vai a Parintins, a ilha do Festival Folclórico de Garantido e Caprichoso não pode deixar jamais de passear nos triciclos que circulam pela cidade. Eles são um charme especial na Ilha Tupinabarana. Conheço o festival a mais de duas décadas e nunca deixo de dar uma volta de triciclo quando vou ao festival. Já passei por várias situações inesquecíveis num triciclo, uma sem dúvida foi dar a volta na Avenida Amazonas logo depois que o Brasil ganhou o título de Penta Campeão, 2002. Com irmãs e primas resolvemos comemorar o título em cima do triciclo, chamamos o rapaz e negociamos, tudo certo subimos no triciclo, com a bandeira do Brasil e tudo. Andamos um lado da avenida, dançando, cantando, fazendo bichices e mais bichices, isso no início da manhã, a avenida lotada, principalmente de gringos e Tvs estrangeiras que faziam a cobertura do festival e porque não da comemoração da conquista do título brasileiro no meio da maior floresta tropical do mundo. Na frente da Catedral Nossa Senhora do Carmo, o tricicleiro dobrou, acredito que ele lutava contra o cansaço de tanta farra que teve aguentar dentro do seu triciclo, assim que fez a curva a resistência  o abandonou, virou com triciclo com todos que estavam dentro e disse que não estava ficando doido pra aquentara a turma saltitando dentro no seu transporte. Como o momento era de festa, saímos todos rindo e voltamos comemorando a pé pela Avenida. 



Um outro momento, hilário também, foi a comemoração de um “mijo”, nosso primo que tinha ido pela primeira vez no festival, o Alemão, estava sempre acompanhado de um copo de chope, demos esse nome a ele porque nesse período o Brasil disputava a copa do mundo na Alemanha, resolveu comemorar o nascimento do primeiro sobrinho e sucessor da família, Efrain III, comprou de cara dez caixinhas de cerveja. Com isso o Alemão teve um problema, havia necessidade de comprar o gelo, foi aí que entrou o tricicleiro. Chamamos um que passava pela frente da casa e explicamos o nosso problema, e ele, muito solicito, disse para subirmos no triciclo que sabia onde poderíamos comprar. Começou a saga, depois de centenas de pedaladas chegamos em frente ao Bumbódromo, não tinha gelo por lá, depois de mais centenas de pedaladas chegamos a Francesa, perto de pegarmos uma insolação conseguimos o gelo, e pensávamos que seria necessário milhares de pedaladas para voltarmos. Então junto com o tricicleiro fizemos o cálculo de quantos baldes de gelo seriam suficiente para chegarmos em casa com as pedras necessárias para gelar as dez caixinhas, o sol estava digno do sol de Parintins, escaldante. Cálculo feito voltamos para casa, eu estava protegida com óculos escuro e chapéu, o Alemão marinheiro de primeira viagem, pegou todo o sol nas costas e, claro,  a pele soltou toda. Ao chegarmos em casa a galera agitou dizendo que já iam mandar fazer uma busca de resgate na ilha. Dessa vez o tricicleiro foi guerreiro, aguentou firme até o fim sua missão.
Edinei Pereira Batista

Nesta última viagem a Parintins andei umas quatro vezes ouvindo os tricicleiros e lembrando de histórias, todos só faziam rir. Salve! Salve os tricicleiros, figuras típicas de Parintins, nas pessoas do senhor Edinei Pereira Batista (07 anos de profissão), que agradece aos visitantes pelo trabalho que tem e seu Horácio (10 anos de profissão) que pedalaram bastante para nos Levar ao Planeta Boi e do Planeta Boi a Praça da Catedral.

domingo, 3 de julho de 2011

Urucaraense a caminho do Festival de Parintins



Keila Andresa, Orquita e Mani em Itapiranga

Uma dica muito legal para Urucaraenses irem para o Festival de Parintins, é sair de Manaus pela estrada, preferencialmente de carro, pois a viagem é bem mais rápida que de ônibus, até Itapiranga, lá é só pegar uma lancha rápida, que em 50min você já esta em Urucará. Em Urucará você almoça com a família e tem uma tarde pra conversar com os amigos e no início da noite vai de barco para Parintins. O legal é que todo mundo se conhece no barco dá pra conversar, dançar, contar histórias e saber de histórias. Neste caso o barco é o Almirante Guimarães que sai às 19h e chega a Parintins às 23h30min, a tempo de participar da festa dos visitantes. Além do Almirante Guimarães tem o MS Vitória. Pra você reservar sua passagem no Almirante é só falar com empresários Holace-Ana Guimarães pelos fones 9121-8611 e 9119-8877
A caminho de Urucará, São Sebatião do Uatumã.
Barco Almirante Guimarães
Porto de Urucará
Ptotho e Alderi ornamentando o Almirante Guimarães com as cores de Garantido e Caprichoso


O único  cuidado que se deve ter é em comprar a passagem de ônibus com a lancha, o chamado “pacote”, a viagem de ônibus é ótima, climatizado, o problema é a lancha. A informação que você tem em Manaus é de que a lancha está esperando pelos passageiros do ônibus e sai imediatamente para Urucará, mas na lancha para surpresa não tem vaga e a sugestão dada pelos responsáveis é de você ir em pé, já que a lancha é pequena, tratam a gente como se estivéssemos errados. Ou seja, é pura enganação esse “pacote”, e não adianta você falar que comprou a passagem com uma semana de antecedência, eles não se dignam se quer a verificar seu bilhete. E pra lhe devolver seu dinheiro é outro problema. Mas como a lancha do pacote não é única, a alternativa encontrada foi com o povo gente boa da Lancha A. Felipe, que prontamente foi pegar nossas bagagens e reservou lugares para nós e nossas criancinhas, Mani e Orquita. 

Telefones para contato na A. Felipe 9128-2067, 9151-7905 e 9102-0181. Nós, clientes , esperamos sinceramente que a tripulação dessa lancha do pacote esteja mais preparada para nos recepcionar e resolver problemas.

Eis a viagem de Barco sob a responsabilidade do comandante Holace Guimarães.

Comandante Holace Guimarães

Contra-Mestre Ana Tereza Guimarães e Ana Helena
Juninho, Kelen Felipe, Yuly Guimarães, Karina Felipe, Harlei Guimarães, Weslei Guimarães e Kiany Guimarães.

Keila Andresa, Potho, Alderi, Jajai e Kádia Eneida

O bailado no barco

keila Andresa e Junior a "Senhora da Mata" , Garantidíssimos

Ewerton, Junior Marreca Guimarães, Kadia Eneida, Alderi, Katia e Jarlene